Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho

Para falar sobre o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, data comemorada hoje, 28 de abril, a equipe de Recursos Humanos do Sesc/ES convida o Engenheiro de Segurança do Trabalho – Hylson Batalha Muniz. A seguir, saiba mais sobre o tema e seu histórico.

No dia 28 de abril de 1969, uma explosão numa mina no estado norte-americano da Virginia matou 78 mineiros. Em 2003, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) instituiu a data como o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, em memória às vítimas de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho.

Sabe-se que a relação existente entre trabalho-saúde-doença já era percebida desde a Antiguidade. Porém, como somente os escravos trabalhavam (considerados não-cidadãos) eram eles que estavam expostos aos riscos do trabalho. Por este motivo, não havia uma preocupação efetiva no sentido de se garantir proteção ao trabalho, já que a mão de obra era abundante.

Em 1700, um médico italiano chamado Bernardino Ramazzini, publicou um trabalho sobre doenças ocupacionais chamado De Morbis Artificum Diatriba (Doenças do Trabalho). Neste famoso tratado o autor descreve uma série de doenças relacionadas acerca de 50 profissões, e às perguntas tradicionais de uma consulta, acrescentou uma nova pergunta: “Qual o seu trabalho?”

Trata-se da primeira referência bibliográfica reconhecida pelo OIT (Organização Internacional do Trabalho) e utilizada por muitos países, inclusive o Brasil. Porém, na época, foi pouco usada, pois os trabalhos manuais representavam um baixo índice de doenças ocupacionais e lesões.

O advento da Revolução Industrial (1760-1840) trouxe grandes transformações econômicas, tecnológicas e sociais.

Entretanto, o avanço tecnológico dos meios de produção se contrastava com o crescimento das doenças e mortes entre os trabalhadores devido às precárias condições de trabalho.

Via-se também a utilização em massa do trabalho de mulheres e crianças, (uma vez que a maioria da mão de obra masculina trabalhava nas minas de carvão), todas elas submetidas a jornadas exaustivas de trabalho. A consequência não poderia ser outra: acidentes e doenças em decorrência do trabalho.

Com a grande crescente de lesionados surgiu na Inglaterra, em 1833, a primeira legislação que protegia o trabalhador de danos a sua saúde. E somente em 1891 é que surgiria no Brasil um dos primeiros dispositivos legais relativos à proteção do trabalho, que tratava da proteção do trabalho de menores. Equipamentos de proteção individual ou coletiva são termos que só viriam a ser inventados muito tempo depois.

No Brasil, como no restante da América Latina, a revolução industrial ocorreu bem mais tarde do que nos países europeus e norte-americanos, isto por volta de 1930, e embora tivéssemos em menor escala a experiência de outros países, passamos pelas mesmas fases.

Causas Acidentes do Trabalho

A percepção de riscos no ambiente de trabalho é muito importante para evitar os acidentes. Ela aparece como fator humano recorrente em muitas investigações de acidentes. Tem a ver também com o modo como as pessoas lidam com os riscos, como os percebem e os aceitam. Há quem sustente que as pessoas decidem aceitar um determinado nível de risco para manter certo nível de conforto e que o risco zero não existe, pois risco zero significa ganho zero.

Sabe-se que cada um dá o seu significado para um determinado risco, independentemente do que os outros definam, mesmo sendo especialistas no assunto. O significado do risco está intimamente ligado a duas variáveis importantes: a gravidade do incidente e a sua probabilidade de ocorrência.

Não existe risco zero, porque uma atividade absolutamente sem risco não causa transformação, não gera ganho, trás estagnação e inércia e perdem-se oportunidades. No entanto, arriscar não é sinônimo de irresponsabilidade. Uma atividade de risco deve ser bem gerenciada e estudada, para que o trabalhador esteja bem informado e precavido sobre as mais variadas possibilidades e elementos envolvidos nas situações de perigo que vá se expor.

Sendo assim, mais importante que a técnica é o comprometimento de todos na empresa, desde os cargos de gestão até as funções mais simples. Este é o princípio que deve nortear a empresa para uma cultura de segurança no trabalho.

Hylson Batalha Muniz – Engenheiro de Segurança do Trabalho – SESC/ES

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